Quando se aproxima a data para a tão aguardada edição do segundo álbum de Burial “Untrue”, no mesmo dia que curiosamente marcará também a edição do segundo volume da colectânea “Box of Dub” pela editora Soul Jazz Records, parece-me boa altura para falar um pouco sobre este fenómeno que começou nos cinzentos subúrbios de Londres e que, discretamente, tem vindo a conquistar produtores e admiradores um pouco por todo o mundo.
O dubstep teve a sua génese nas famosas noites FWD no club londrino Velvet Rooms, onde dj’s como Benga, Hatcha, Skream, Kode9, Mark One, DQ1 e o trio Horsepower Productions, entre outros, marcavam as noites com ritmos herdados do two step, preenchidos por samples de sons tribais e apoiados em linhas de baixo poderosas e cheias de groove.
Ainda há cerca de dois não era mais que um parente pobre, do uk garage, para uns, e do drum’n’bass, para outros. O que realmente terá contribuído para este boom repentino, mas ainda assim subtil ao qual vemos associados nomes como Ricardo Villalobos (a remisturar Shacketon), Richard D. James – mais conhecido no mundo da música como Aphex Twin (a lançar as colectâneas Grime através da sua editora Rephlex), os Junior Boys (requisitando os serviços de Kode9 para remisturar uma das faixas do seu EP “Dead Horses”) ou Pete Tong responsável pelo famoso Essential Mix (ao convidar Skream – um dos nomes de proa do dubstep - para uma das suas emisssões)?
As principais razões que contribuíram para este lento mas merecido sucesso foram: a persistência de produtores, dj’s e editores que acreditaram sempre no que estavam a fazer e mantiveram a funcionar de uma forma exemplar um circuito underground e as rádios piratas, com destaque para a Rinse.fm, que se dedicaram a divulgar o género mesmo para alam fronteiras através da internet.
No início de 2006 dois rastilhos fizeram explodir, definitivamente, o género: por um lado a conceituada radialista Mary Anne Hobbs produzindo o Dubstep Warz expondo de uma forma até antes impensável nomes como Loefah, Skream, Benga, Milanese, Distance, Digital Mystikz, Kode9, entre outros; por outro lado o álbum homónimo de Burial que surpreende meio mundo e conquista, completamente, a crítica. Para ajudar à festa, jé em 2007, a consagrada Soul Jazz Records lançou a colectânea ”Box of Dub (Dubstep & Future Dub) que veio trazer ainda mais visibilidade ao movimento.
Entretanto as editoras que se dedicam ao dubstep ganharam visibilidade, os dj’s que enveredaram pelo género conquistaram espaço um pouco por todo o mundo, os sites relativos ao género cresceram exponencialmente, os discos do género conquistaram espaço próprio nas secções de críticas de jornais, revistas e sites e as colectâneas com produções de dubstep sucedem-se, tudo isto sem que o género tenha perdido a sua aura de underground e caído no mainstream.
O próximo capítulo desta saga tem data marcada para 5 de Novembro dia em que “Untrue” de Burial e “Box of Dub II” da Soul Jazz Records verão a luz do dia.
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sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Dubstep, Um Exemplo
Postado por João Nunes às 20:28
Marcadores: Box of Dub, burial, dubstep, Mary Anne Hobbs, Rinse.fm, Skream
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