segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Young Gods "Everythere" (Acoustic)


Não deixa de ser paradoxal que uma banda que já em meados dos anos 80 utilizava os samplers como instrumento preferencial para dar corpo a linguagem rock precursora de um futuro que, afinal, não estava assim tão distante, use agora as guitarras acústicas como instrumento principal na tournée de promoção do seu mais recente álbum "Super Ready/Fragmenté" que passou por Lisboa pelo Festival Cosmopolis e pelo Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre.

Os Young Gods são Franz Treichler (voz, guitarra), Al Comet (samplers, órgão) e Bernard Trontin (bateria), desde 1985 que nos habituaram a servirem-se do rock'n'roll para as mais diversas experiências electrónicas. Desde os seminais e pesados "The Young Gods" (1987) e "L’Eau Rouge" (1989) até ao penúltimo "Music for Artificial Clouds" de cariz mais experiimental, sem esquecer a magnífica homenagem ao compositor germano-americano Kurt Weil em "Young Gods Play Kurt Weil", este trio suíço sempre nos habitou à qualidade e têm, por isso, em Portugal uma considerável legião de fãs como atestam as suas inúmeras actuações por cá.

"Super Ready/Fragmeté" marca o regresso às origens, sem que isso signifique que repetem a receita. Volta o rock de guitarras sampladas, voltam os ambientes mais industriais e até algum psicadelismo, mas continua a haver espaço para algumas faixas de cariz mais experimental como por exemplo em "Un Point C'est Tout". Este disco parece uma síntese daquilo que foram os 22 anos anteriores da carreira dos Young Gods e até o facto de Treichler usar ora o inglês ora o francês aponta nesse sentido, já que se nos 2 primeiros álbuns - os da revelação - o francês era a língua usada, já nos álbuns da afirmação: "T.V. Sky" (1991) e "Only Heaven" (1995) é o inglês o idioma utilizado. Para reforçar esta ideia o álbum é promovido com uma série de concertos acústicos cujo objectivo é a gravação de um CD e de um DVD a serem editados em 2008 e que mostrarão a música dos Young Gods despida das descargas de electricidade viscerais a que nos habituaram.

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