terça-feira, 20 de julho de 2010

SBSR'10 - Diário de dia 17


Pó, muito pó, foi a imagem de marca do Super Bock Super Rock deste ano. Ainda apenas tinha chegado ao estacionamento na noite de sábado, no meu primeiro contacto com o festival, e já estava coberto de pó.

Tinha previsto chegar ao recinto a tempo de ver os Hot Chip, mas à boa maneira portuguesa consegui apenas ouvir o último par de músicas enquanto percorria o longo, escuro e sinuoso caminho entre o parque de estacionamento e uma das entradas do festival. Diz quem viu que não perdi muito, pelo que prefiro ficar na dúvida sobre se teriam ou não razão. Sendo assim cheguei a tempo de dar uma volta de reconhecimento antes de avançar para o concerto dos Vampire Weekend, banda nova-iorquina que deu um concerto bastante competente, com excelente receptividade por parte do público, onde desfilaram a sua agradável pop psicadélica com bastantes influências afro.

Mais umas voltas pelo recinto, um salto à tenda electrónica para ver o início da prestação de Ricardo Villalobos e de volta ao palco principal para ver aquele que para mim foi o melhor concerto naquele palco nos meus dois dias de festival: Leftfield. O concerto tinha duração prevista de uma hora, segundo o programa oficial do festival, mas acabou por durar quase o dobro. Apesar de um início algo titubeante, talvez reflexo dos 8 anos que estiveram parados, a banda de Sheffield foi ganhando confiança e acabou por arrebatar todo o público presente, num concerto em que começaram no dub e acabaram no trance psicadélico, fazendo uma verdadeira viagem por duas décadas de música electrónica britânica.

A noite acabou na tenda electrónica, como não podia deixar de ser para ver o final do DJ set do chileno Ricardo Villlolobos, acompanhado pelo germânico Zip, um dos mentores da label Perlon. Villalobos é um nome desde sempre associado ao auge que o techno minimal viveu na segunda metade da década passada, pelo que o facto de saber que, mais recentemente, tem andado a ‘pisar’ outros terrenos nos seus DJ sets, suscitava-me alguma curiosidade. O que ouvi foi set cheio de groove à base de sonoridades marcadamente house, com muitas influências de minimal, muitas das vezes com loops repetidos até à exaustão ao ponto de se tornarem hipnóticos, e onde não faltaram clássicos como “French Kiss” de Lil Louis com a acapella The Realm de C’hantal a ser o momento alto do set e a levar a tenda ao rubro levantando um densíssima nuvem de pó dentro da imensa nuvem de pó de festival.

2 comentários:

Soundealer disse...

Acho que quem te disse que não perdeste muito com os Hot Chip, estava a ser simpático e não queria que ficasses com pena. Porque foi excelente, amazing, supercalifragilisimexpiralidouses. Dá uma voltinha lá no nosso estaminé e vais ver.
Haverá outras oportunidades. Deixa estar...

João Nunes disse...

Acredito que sim, por alguma razão era um dos concertos a que fazia questão de assistir. Mas, por certo, terei mais oportunidades. ;)